Benfica x Sporting: Alta Tensão Além do Relvado
O dérbi Benfica x Sporting é o “jogo do título”! Com 78 pontos cada, a Luz vai ferver, mas a rivalidade e a tensão escalou com vandalismo e apelamos à paixão sem violência.
O jogo no Estádio da Luz é mais do que o “jogo do título” da Liga Portugal Betclic 2024/25. Com ambos os clubes empatados com 78 pontos, a partida carrega uma rivalidade centenária que transcende o relvado e inflama as paixões dos adeptos.
Nos últimos dias, porém, a rivalidade entre benfiquistas e sportinguistas ganhou contornos preocupantes, com episódios de vandalismo – como pintar muros, estátuas e sedes de claques – que intensificam a tensão antes do confronto decisivo. Este artigo, explora os incidentes recentes, o contexto histórico da rivalidade e um apelo à paixão sem violência.
A Rivalidade que Move Lisboa
A rivalidade entre BENFICA e Sporting, conhecida como o Dérbi de Lisboa, é uma das mais intensas da Europa. Desde 1907, quando oito jogadores do então Sport Lisboa (atual BENFICA) se transferiram para o Sporting em busca de melhores condições, os dois clubes tornaram-se símbolos opostos: o BENFICA, o “clube do povo”, construído com o suor dos adeptos, como os 900 mil toneladas de cimento doados para o antigo Estádio da Luz; o Sporting, fundado com o apoio do Visconde de Alvalade, associado às elites.
Essa divisão de classes, aliada a momentos históricos – como a polémica contratação de Eusébio pelo BENFICA, que o Sporting considerava seu – alimentou uma animosidade que se manifesta em cânticos, faixas e, por vezes, atos de violência. O dérbi de 2025, com o título em jogo, eleva a tensão a níveis raramente vistos, especialmente após incidentes recentes que ultrapassaram os limites do aceitável.
Incidentes Recentes: Vandalismo e Provocações
Os dias que antecedem o dérbi têm sido marcados por atos de vandalismo que refletem a escalada de hostilidades entre claques e adeptos. Abaixo, os principais episódios reportados:
Estátua do Leão Vandalizada (06/05/2025):
A estátua do leão, símbolo do Sporting, situada na Rotunda Visconde de Alvalade, foi pintada com tinta vermelha na noite de 6 de maio. O ato, denunciado por adeptos sportinguistas no X, foi atribuído a benfiquistas, embora sem confirmação oficial. A proximidade com o dérbi amplificou a indignação, com um usuário a chamar o ato de “desrespeito ao símbolo leonino”.
Núcleo do Sporting em Faro Atacado (08/05/2025):
Na noite de 7 de maio, a sede do Núcleo do Sporting em Faro foi vandalizada com pichações que incluíam frases de ódio e referências à morte de um adepto sportinguista em 1996, durante a final da Taça de Portugal. O incidente, atribuído por sportinguistas a membros dos No Name Boys (NN), claque não oficial do BENFICA, gerou revolta.
Mural dos Diabos Vermelhos (DV) Vandalizado (14/11/2024):
Em novembro de 2024, no 42.º aniversário dos Diabos Vermelhos, claque benfiquista, um mural com o símbolo dos DV perto do Estádio da Luz foi pichado, alegadamente por elementos ligados aos No Name Boys. O incidente, reportado no X, foi visto como parte de uma disputa interna entre claques benfiquistas, mas também como um reflexo da tensão com o Sporting, já que os NN são conhecidos por provocações aos rivais.
Pinturas no Estádio da Luz (28/10/2024):
Um grupo de adeptos benfiquistas pintou um dos muros do Estádio da Luz com símbolos do clube durante várias noites, conforme noticiado pelo Record. Embora o ato tenha sido celebrado por alguns como uma demonstração de apoio, outros o consideraram desrespeitoso, especialmente por coincidir com um período de rivalidade acesa.
Estes episódios seguem um padrão de vandalismo que não é novo. Em 2012, a Casa do Benfica em Coimbra foi a quinta sede do clube a ser atacada em poucos dias, após incidentes em Faro, Quarteira, São Brás de Alportel e Algueirão. Mais grave, em 2020, as casas de jogadores do BENFICA, incluindo Pizzi, foram pichadas com ameaças após um ataque ao autocarro da equipa, num contexto de frustração com resultados.
Diabos Vermelhos, No Name Boys e Juventude Leonina
As claques têm um papel central na rivalidade. No Benfica, os Diabos Vermelhos (DV), fundados em 1982, são a claque mais antiga, com cerca de 2.000 associados, ocupando o setor 28 do Estádio da Luz. Inspirados pela campanha europeia de 1982/83, os DV são conhecidos pela paixão, mas também por incidentes em jogos contra Sporting e Porto, embora sem consequências trágicas.
Os No Name Boys (NN), criados nos anos 90 após desentendimentos com os DV, adotaram um estilo mais secreto, sem líderes públicos ou registo oficial. A sua história é marcada por tragédias, como a morte de três membros num acidente em 1994, e por polémicas, como o lançamento de um very light que matou um adepto sportinguista em 1996, durante a final da Taça de Portugal. Apesar de quase se dissolverem após o incidente, os NN mantêm uma postura provocadora, sendo frequentemente associados a atos de vandalismo.
No Sporting, a Juventude Leonina, fundada em 1976, é a claque mais emblemática, conhecida pela lealdade mesmo nos anos difíceis do clube. Contudo, também tem histórico de violência, como o ataque aos jogadores do Sporting no centro de treinos em 2018. Estas claques, embora não representem todos os adeptos, amplificam a tensão com atos que vão além do apoio nas bancadas.
Histórico de Violência: Tragédias que Marcam
A rivalidade BENFICA-Sporting já resultou em tragédias que pesam na memória coletiva:
1996, Final da Taça de Portugal: Um adepto sportinguista foi morto por um very light disparado por um membro dos No Name Boys, Hugo Inácio, no Estádio Nacional. Inácio foi condenado, mas o caso continua a ser usado em provocações, como nas pichações em Faro.2017: Um adepto do Sporting morreu após ser atropelado numa noite de confrontos antes de um dérbi, num clima de violência entre claques.
2015, Futsal: Um jogo de futsal entre BENFICA e Sporting foi palco de uma faixa benfiquista que referenciava o incidente de 1996, levando o Sporting a cortar relações oficiais com o BENFICA.
Estes episódios mostram como a rivalidade, quando mal canalizada, pode ter consequências devastadoras. A nível global, o futebol tem lidado com violência entre adeptos, como os 135 mortos em Kanjuruhan, Indonésia (2022), ou os 300 no Estádio Nacional, Peru (1964), o que reforça a necessidade de conter excessos.
O Clima Pré-Dérbi: Um Chamado à Reflexão
Às vésperas do dérbi, a tensão é palpável. Sportinguistas condenam a vandalização da estátua do leão e do núcleo em Faro, enquanto benfiquistas repudiam ataques a murais e apontam provocações dos rivais, como cânticos ofensivos.
O árbitro João Pinheiro, já sob escrutínio pela sua nomeação, terá um desafio extra: controlar não só o jogo, mas também o ambiente nas bancadas. A presença de André Narciso no VAR e a agenda apertada de Pinheiro, que apita um jogo da UEFA na quinta-feira, alimentam especulações sobre a imparcialidade da arbitragem, o que pode exacerbar as emoções.
Um Apelo aos Benfiquistas: Paixão Sem Violência
Para os leitores do SerSempreBenfica, este é um momento de reafirmar o que significa ser benfiquista. O BENFICA é o clube com mais sócios no mundo – 400 mil em fevereiro de 2025 – e uma história de superação, desde a construção da Luz até aos 38 títulos da Liga. A nossa paixão é a nossa força, mas deve ser canalizada para apoiar toda a equipa na busca pelo 39.º título.
Os atos de vandalismo, sejam de benfiquistas ou sportinguistas, não representam o espírito do clube. "O BENFICA é como uma religião”, uma fonte de união e alegria. Pichar estátuas ou muros, ou celebrar tragédias, mancha a nossa história e dá munição aos rivais. A resposta está nas bancadas, com cânticos que ecoem “SLB, SLB, SLB!” e na festa do futebol, não na violência.
Que a Luz Brilhe no Dérbi
O dérbi do próximo sábado é a oportunidade de mostrar que o BENFICA é maior do que qualquer rivalidade mal resolvida. Que os adeptos encham a Luz com paixão, apoiem Bruno Lage e os jogadores, e celebrem a nossa identidade sem recorrer ao ódio.
Condenamos os atos de vandalismo, sejam contra o leão do Sporting ou os murais do Benfica, e apelamos a uma festa do futebol que honre a história dos dois clubes.
No sábado, que o Estádio da Luz seja um mar vermelho, onde brilhem os nossos jogadores a marcar os golos da vitória. Que João Pinheiro apite com justiça, e que o BENFICA dê um passo decisivo rumo ao título.
Somos benfiquistas, somos família, somos campeões. FORÇA, BENFICA!
📸jornal record
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